quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O barco e a ribeira

O barco vai cheio. A ribeira tambem. O barco
leva-nos a descobrir a ilha de Atauro.
A ribeira leva-nos a procurar pedras para reforcar a terra. O barco navega ao som dos caramelos que se desembrulham. A ribeira corre animada com o barulho das arvores que derruba. O barco espera por nos. A ribeira nao espera por ninguem.
O barco e a ribeira. Um sorvete de sabores distintos. Talvez pistacho e chocolate belga.
O barco trouxe a alegria de mais um passeio. Para muitos a emocao da primeira vez. Um novo local, um novo modo de transporte. Agora na popa, agora na proa. Todo um conves como entretenimento. E as cancoes do costume a animar a tripulacao que somos todos nos! O tempo de permanencia na ilha ee de apenas algumas horas. Como se de um cruzeiro se tratasse. E por isso o tempo ee bem aproveitado. As roupas sao rapidamente abandonadas e o mar pela cintura ee adoptado como morada.
A agua nao corre nas torneiras ha 5 dias. O ceu comeca subitamente com protestos na forma de relampagos e trovoes. A chuva ameaca cair e nos vestimos os calcoes de banho. Temos paciencia para esperar. Sabemos que ela viraa. Cada um de nos estaa na sua posicao. A agua chega com vigor e nos nao a queremos deixar fugir. O sabao escorre pelos corpos enquanto se trabalha rapidamente para guardar todas estas gotas preciosas. Os baldes e panelas sao carregados com todas as nossas forcas. Os bracos sao elevados ao ceu e os olhos sao cerrados como num qualquer agradecimento pagao. Mas rapidamente a realidade regressa. Choveu em demasia. A ribeira que ate ha dias era um campo de futebol, ee agora um rio furioso. Tudo leva, tudo destroi. La vai a mangueira, la vai a bananeira. Quase que vamos todos nos tambem, com a proximidade a que estas aguas se encontram de nos. A terra abate-se um bocadinho e todos saltam tres metros para tras. Eu com ar de preocupado, eles todos a rir...