quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Adoro cães

Já fui acusado por diversas vezes de não gostar de cães. Nada poderia ser mais falso, mas a verdade, é que não há grande coisa que eu possa fazer para contrariar tais acusações. Nunca irão acreditar que eu também gosto muito de cães. Quem profere tais injúrias são naturalmente pessoas que adoram cães e que não conseguem perceber que eu prefira gatos. Como se já não bastasse os cães andarem sempre a correr atrás dos gatos, há agora esta espécie de caçada em campo aberto aos que como eu, gostam mais de gatos.
Cada qual lá terá as suas razões para justificar as suas preferências. Há até quem diga que, a opção por gatos ou cães, tem reflexo nas escolhas que fazemos para as nossas relações. Mas há também quem diga que o José Castelo Branco é na verdade um homem. Cada um acredita naquilo que quiser. Admitindo por momentos que a preferência por gatos diz muito sobre o género de pessoas que gosto, fará algum sentido perceber alguns traços de personalidade dos gatos com quem vivi. O Buck Rogers entrava em lutas constantes com os rivais vizinhos. Desaparecia dias consecutivos que obrigavam os meus irmãos a constantes operações de busca e salvamento. Nunca se gastou tanto mercurocromo lá em casa como nesse tempo. O Tobias (baptizado em pequeno) decidiu num dia da sua juventude soltar-se da segurança do abraço do dono e enfiar-se debaixo do carro que saía da caragem. O resultado desse gesto foi um olho perdido. Nunca até então um nome tinha feito tanto sentido. O Libório gostava de observar o mundo de uma perspectiva superior. Não era raro encontrá-lo em cima no parapeito das janelas, no telhado do vizinho ou no ramo mais alto da árvore do jardim. A sobriedade dos seus movimentos era arrepiante. Nunca tocaram tantas vezes à nossa campaínha como nessa altura. O Turista e o Xico representavam perfeitamente o chefe e o empregado. O primeiro era um verdadeiro ditador e chegava ao cúmulo de ter de ser o segundo a miar, para nos dizer que o primeiro tinha de ir à rua fazer as suas necessidades. Nunca se partiram tantos bibelot como nesse tempo.
E posto isto em forma de escrita, talvez esteja na hora de comprar um cão...

3 comentários:

Elisabeth Swan disse...

curioso publicares este post precisamente no dia em que faz um ano que eu tou sem o meu gatito...ah! e só pelo facto de preferires gatos a cães (e admitires) subiste uns pontos na minha consideração :p

nocas disse...

se a pobre lady falasse...

Anónimo disse...

Podes levar o Zé que apesar de ser gato também vai ao café. Não precisa de trela e tão pouco de saco plástico. Pois não levanta a perna aos postes, e etc.
Quem não gosta de uma gata? Uma cadela? Deus me livre.
A gata com sio fica por casa e os candidatos só fazem rehau nhau nhau. As cadelas fogem e os malucos dos candidatos jutam-se aos montes e correm a traz. Contiuo? Os animais...fico por aqui.