terça-feira, 26 de agosto de 2008

O corpo comanda a vida

Sou apaixonado por cinema. Na compartimentação que todos fazemos, os "dramas" são para mim, o objecto máximo deste universo. É inevitável o mergulho no carrocel de emoções que este género de filme provoca. Dou por mim a antecipar um desenlace, a torcer pelo sucesso de uma personagem ou a enamorar-me pela heroína. Ainda ontem me deparei com a caminhada de dois homens vividos, a quem o tempo se iria esgotar, aos braços de um cancro. O filme alerta os sentidos pela descoberta e realização das coisas que realmente nos fazem felizes. Não foi no entanto a mensagem poética que mais prendeu a minha atenção. Foi a forma simples como a personagem descrente encarava a vida: "Não confies num peido". É incontornável o mérito desta lição. Para além de estimular o olfacto, convida à reflexão. Não nos aceitamos enquanto corpo físico. Passamos grande parte do nosso tempo a tentar esconder os nossos defeitos, a silenciar o nosso organismo, a disfarçar as nossas imperfeições. E tudo com que propósito? Para não nos julgarem mal. E esse julgamento é sobre quem somos ou sobre quem parecemos ser? E ainda queremos ser felizes...

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