segunda-feira, 5 de abril de 2010

A ponte do desconhecido

Muitas vezes me questiono sobre a identidade dos meus leitores. Na verdade conheço alguns, não fossem eles meus familiares ou amigos de longa data. Creio no entanto que estes estão em minoria no grupo de pessoas que assiduamente visita este espaço. Pergunto-me por isso sobre quem realmente me acompanha.
É incrível pensar que existem estranhos que me visitam. Alguns deixam marcas da sua passagem em comentários mais ou menos pessoais. Outros apenas escutam as palavras que digo, mesmo sem nunca terem ouvido o tom da minha voz. Não sei o que cada um por aqui encontra e acima de tudo, não sei aquilo que cada um procura.
Eu efectivamente apenas acompanho um blog. Para além de amigo, o autor desse blog é uma pessoa por quem eu facilmente abdicaria a minha vida. Não por tudo o que me tem dado ao longo destes já muitos anos de convivência, mas acima de tudo, por ser alguém que admiro profundamente. Revejo-me, divirto-me e questiono-me com tudo aquilo que ele escreve. Estas poderiam ser razões mais do que suficientes para eu acompanhar as coisas que ele vai dizendo. Porém, a razão principal para eu o seguir neste meio de expressão, é o prazer do peso da história. É conhecer de perto os caminhos virtuosos e tortuosos que levaram a tais textos. Lambi algumas das suas feridas, partilhei do seu estado de graça, aprendi com as suas escolhas. Conheço-o demasiado bem para ter a audácia de lhe dizer "conheço a mulher da tua vida". Ainda ontem estivemos juntos a comer pão enchumbado em óleo. Falamos todos os dias e mesmo assim cumpro com fidelidade o ritual de ir ver se escreveu alguma coisa nova. Para me deliciar com mais uma digestão em forma de palavras, de tudo aquilo que ele vai acumulando enquanto habitante do planeta Terra.
Cada qual terá as suas motivações para seguir as coisas que escrevo. - O que é que vocês desconhecidos, vêm aqui fazer? Eu não tenho o direito de fazer esta pergunta, mas já a fiz! Os desconhecidos que me visitam criaram uma ponte entre eles e mim. Uma ponte que eu não posso atravessar porque eu não a consigo visualizar. E eles podem sempre cá vir ver-me. Não me parece muito justo, mas ao fim ao cabo, é sempre bom ter visitas...

9 comentários:

Anónimo disse...

conheço o blog através de um amigo teu, por termos tido uma conversa sobre viagens/ bem estar pessoal... falou-me da tua "aventura" e aconselhou-me a visitar o teu blog, desde então que sigo rigorosamente cada passo, em especial por causa da tua paixão pelas coisas simples, mas também pela maneira como escreves... adoro!!
Ah, e é o unico blog que sigo.

"estranha"

Quim Mozzarella disse...

Conheces-me demasiado bem para te deixares enganar pelo pseudónimo que aqui uso!
O teu blog é também o único que acompanho! (não incluindo os de gajas nuas)

Quim Mozzarella disse...

Ah! E acho que também és o único que acompanha o meu! :D

Unknown disse...

No puc escriure't en portuguès, però sí llegir-te.

Una abraçada i que no t'aturin les paraules,

Elizabeth Swan disse...

Como já tive oportunidade de dizer, o teu blog faz parte das minhas consultas diárias na internet....e só peca porque não escreves diariamente! ehehhe :p Quanto a este post, acho que podias ter publicado o link para o "tal" blog do teu amigo...;) Beijo

Biogás disse...

ui...
estás a pensar fechar?

ehh pá esquece lá isso! Continua a escrever por aqui que faz-te bem!

Tanco Salotra disse...

É isso velhote! Podias ter ponto o link para o blog do teu mano, velho!

Ana Ribeiro disse...

A ponte do desconhecido existe sempre... mesmo com pessoas conhecidas.
Conheço te há milhões de anos, e cada dia é uma descoberta.
Qt a ser injusto? N é n. Tu criaste o blogue tb com esse intuito... seres lido p todos.

Cá beijocas!!

Rita disse...

Oh pá, falsas modéstias?! Falaste-me no teu blog logo na primeira conversa que tivemos!!!
Segui-lo foi a única forma de saber se não tinhas morrido no meio do mato.
Rita