segunda-feira, 16 de março de 2009

O primeiro dia do resto da minha vida

Sexta-feira foi o primeiro dia do resto da minha vida, mas já lá vamos, pois antes disso, há a história das chamuças. O Sr. Dias é um Indiano que vende chamuças na Póvoa, e não creio que exista lar algum, que não tenha vez alguma experimentado, tal exótico triângulo. Um pouco à imagem dos queques da D. Mimi, mas as sobremesas não são agora para aqui chamadas.
Eu noutro dia vinha a conduzir de Lisboa até à Póvoa e lembrei-me que, há já um bom par de anos que, não como, uma chamuça do Sr. Dias. Decidi inquirir a minha Mãe a esse respeito, e o som de retorno a que tive direito foi basicamente:"eu agora compro na Solara que também são muito boas". Fiquei um bocado chateado pois eu gostava imenso das chamuças do Sr. Dias, mas a vida mesmo assim continuava, num restaurante com um amigo meu. A "tachada de tamboril" e o "leite creme" eram tão tristes que passei o resto da noite a pensar nas chamuças do Sr. Dias.
As chamuças vieram a fritar neste blog por uma razão simples: as chamuças são uma entrada. E as entradas são o melhor tónico possível para se descortinar o que poderemos esperar a seguir.
Neste caso a chamuça é "a frase batida" (nas palavras do Sérgio Godinho): "o primeiro dia do resto da tua vida". A alteração do pronome possessivo não é inocente, por que afinal, este blog ainda é meu.
Decidi utilizar esta frase para abrir aquela que me parece vir a ser, uma temporada de escrita intensa. E não há frase melhor para o fazer neste caso em concreto. Todos os dias são dias da nossa vida, mas há aqueles chamados de "milestones". Existem inúmeros dias assim, mas a sexta-feira passada é sem dúvida alguma, o meu maior marco de vida vivida até aqui. Consegui uma licença sem vencimento com a duração de 7 meses e irei viajar pelo mundo. O ponto de partida será a Austrália e depois muitos outros destinos se seguirão. Pretendo escrever muito durante esse período. Deixarei a parte criativa de lado e apenas me limitarei a descrever as sensações da jornada. Sem barreiras, preconceitos ou vergonhas...um pouco como talvez se deva viver todos os primeiros, segundos, terceiros, quartos...dias das nossas vidas.

1 comentário:

Anónimo disse...

Afinal não estavas a gesticular... isto de tentar visualizar através de uma chamada de telefone não funcionou! Ou o meu detector de mentiras ficou sem bateria ;)