quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A alma dos ricos

Nas minhas buscas de encontrar um pouco de lingua portuguesa cruzei-me ontem com a Augustina Bessa Luis. Ha muito que procurava um livro escrito em portugues, fosse ele um original ou uma traducao. Desde que fui para a Indonesia tenho passado muita fome no que toca a leitura. Ainda para mais depois da barrigada de livros que tive em Timor. Desde entao, tenho enfiado o nariz em tudo quanto ee alfarrabistas, mas apenas ontem tive sucesso. Encontrei um livro chamado A alma dos ricos. Tal titulo nao poderia ser mais adequado a algumas coisas que tenho pensado nos ultimos tempos. O Homem decidiu mover-se com um objectivo: melhorar a sua condicao. Ainda hoje em dia, existem povos em constante movimento. Compraram aqui ontem, montam hoje ali tenda, amanha vao para acola. As trocas comerciais, sao na grande maioria das vezes, o factor determinante de tais mutacoes. Alguns viajantes que encontro pelo caminho carregam em si este espirito primitivo de viagem. Reclamam descontos em lojas com os precos afixados, servem-se do guia de viagem para justificar o preco das coisas, discutem por montantes que nos seu paises dariam para duas chicletes. Ocasionalmente libertam perolas como a que apanhei ha dias: Esse preco nao ee justo. Ja que nao ee o preco, talvez seja o mundo que ee justo! La diz a sabedoria popular que o peixe morre pela boca: Nao estou preocupada em arranjar emprego. Entretanto vou cuidando dos meus cavalos. No dia em que me apetecer voltar vou ao aeroporto e compro um bilhete na hora. Ninguem tem culpa do berco em que nasce ou do seio em que cresce. Ninguem tem culpa da bolsa com que estuda ou da cunha para o emprego. Creio no entanto, que o estatuto de inocencia tem os seus limites.

1 comentário:

Anónimo disse...

O limite da inoçência será trocar a tshirt do Tokyo por essa coisa que tens vestida? Sim! sem dúvida! Como uma senhora de oitenta e tal anos (Agustina) te levou a fazer a barba? Ou será que trocaste a barba por essa fatiota?
Bjs Mã