sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Saltar à corda

Anda para aí uma moda pegada no que toca a fotografias que eu ainda estou para perceber. Mas o que é isto de se andar a tirar fotografias em que aparentemente se está a voar? Acho que não é preciso ter um canudo de Biologia Aplicada para perceber o significado da palavra “terrestre”.
É pertinente por isso tentar compreender o racional por detrás desses patéticos saltos, que na sua larga maioria nem sequer atingem os 70 cm. Não sei se é apenas influência de uma famosa bebida energética ou se devido a algo de uma maior complexidade. Como não poderia deixar de ser, inclino-me mais para a segunda opção. Mas desta vez confesso que não é pela minha apetência pelas missões impossíveis, mas sim pela falta de credibilidade que a primeira hipótese sustenta. Sei que me arrisco a um certificado de ignorância, mas não posso conceber que alguém realmente acredite, que o touro vermelho ofereça asas. Se fosse uma galinha fuxia ou uma avestruz azul petróleo, não teria quisquer dúvidas que fosse verdade.
A minha teoria explicativa sobre esta complexa questão alicerça em dois pilares: infantilidade e imaginação. Quem nunca brincou a saltar à corda quando era criança? Não me consigo lembrar de actividade mais mobilizadora do que esta. Encontrar o ritmo de salto certo no meio de uma divertida cantilena, é sem dúvida alguma, a melhor receita para uma farta barrigada de riso. E é exactamente esta alegria intemporal que faz com que até os avós gostem de colocar à prova a forma da sua agilidade. O que não se vê efectivamente nas fotografias é a corda, mas o que é facto, é que ela lá está. E o mais fantástico disto tudo é que nem é preciso ter alguém a dar à corda. Antes que os mais cépticos se voltem para o touro vermelho, aqui fica o grande segredo das fotografias: o que as pessoas estão efectivamente a fazer é a divertirem-se a saltar paralelos e meridianos! E é claro que isso merece ser fotografado…

Sem comentários: