segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Carpete vermelha

A introducao a um paiis ee sempre algo de peculiar. Ainda mal tinha posto os pes em terra e ja estava envolvido no Vietname. O taxi que me levou ate ao centro de Hanoi ate parecia um embaixador do transito local. Nada melhor que duas inversoes de marcha em plena autroestrada. Sem luz para nao encadear os outros veiculos e bem chegadinho aa esquerda para podar o arvoredo da berma. Passada mais de uma hora de conducao avisto finalmente os meus amigos Fernando e Elena que ja me esperavam nas escadas do hotel. Mas ate ao taxista perceber que tinha de parar ainda andamos uns duzentos metros. Depois dos abracos da praxe o primeiro grande desafio. Sempre me considerei um verdadeiro expert no que toca a atravessar estradas, mas aqui nao ha regras, prioridades ou cedencias. Ee cada um por si. So consigo comparar isto a algumas romarias nacionais como o S. Pedro da Povoa, as Feiras Novas de Ponte de Lima ou o Carnaval de Torres. Mas nesses casos apenas ha peoes. Nunca vi tanta mota na minha vida e elas aparecem aos magotes e vindas de todo o lado. Iria jurar que ate avistei algumas a vir do ceu. Os meus amigos decidem entao encaminhar-me para um bar. Mas nao um bar qualquer. Apelidamos tal espaco como Carpete Bar. O bar nada mais ee que uma simples carpete colocada em cima do passeio. As cervejas aparecem acompanhas de um balde de gelo e uma lula seca ee rasgada em pequenos pedacos. Tudo de geracao espontanea. Nao ha casa de banho, porteiro ou musica ambiente. Ee apenas rua. Amanha o bar poderaa nao estar aqui. Talvez esta rua nao seja boa para negocio. Mas enquanto aqui estaa, noos brindamos ao pulsar desta cidade. E sao inumeras as coisas que ali no chao vivemos. Demasiadas. Nunca caberiam em nenhum verso deste mundo.

2 comentários:

Anónimo disse...

Nunca ouviste dizer? " do chão não passas". E ainda criticavas quando " hoje meus senhores todos comem da bacia". Não será pelo que comem, mas, decerto pelo que bebem.
Bjs Mã

LaycusUrbanus disse...

Gostava de poder conhecer esse mix de sons, cheiros e todo esse ritmo frenético de algo começado e nunca acabado. Abraço