quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Voar por cima dos giboes

Nos meus tempos de adolescencia, parava muitas
vezes na pastelaria PaoPovoa. O pedido era quase sempre o mesmo: "uma beijoca". Um bolo com um nome atrevido e com uma cereja a servir de chapeu. A minha aventura no Laos termina com uma cereja de nome Gibbons Experience. A expectativa vinha sendo alimentada desde que me falaram disto na Australia. Tudo comeca com mais uma extenuante caminhada pelo meio da selva. As sanguessugas nao dao descanso a pes portugueses, americanos e neo zelandeses, e o sangue jorra com bom volume. Apos duas horas de esforco chega o primeiro cabo. O arnes ee colocado, a seguranca verificada e depois ee so lancar o corpo pelo ar. Entre gritos de tarzan, palavores e risos desconcertantes, assim se voa por cima da selva. A excitacao estaa literalmente no ar e apos as primeiras licoes de voo, ja toda a gente voa de maquina fotografica em punho. Chegada a noite recolhemos a casa. Mas nao uma casa qualquer. Uma casa construida no topo de uma arvore a mais de 50 metros do chao. Para la chegarmos tambem tivemos que voar. Sao 06h30 e ja estou novamente pendurado. O som metalico do cabo mistura-se com o canto da Natureza numa hamonia perfeita. As caminhadas sao intervaladas com mais cabos e pelas aguas frias de uma piscina natural a que ninguem diz que nao. O cansaco leva-nos a outra casa no topo de outra arvore e a chuva ataca sem parar. A noite vai
caindo e eu desapontado por nao poder fazer mais zippings nesse dia. Faltam 20 minutos para a noite cair por completo e a chuva amaina subitamente. Um dos nossos guias acede a conduzir-me pela floresta numa derradeira volta. Apenas uma americana decide juntar-se a noos! Ee uma sensacao indescritivel poder deslizar nestas condicoes. A selva como nunca a vi. Um misto de ilusoes. O condensado do nevoeiro, o negro do arvoredo e os sons terrificos da chuva a embater na terra. Ao terceiro dia ja ninguem quer saber das sanguessugas. Encontramos zippings ainda mais radicais com vistas inacreditaveis. De uma arvore apenas soltavam-se 4 cabos distintos e era uma sensacao fantastica podermos voar uns sobre os outros! Passei o dia a correr para poder voar o maior numero de vezes. So me lembro de correr tanto quando em crianca fui pela primeira vez a uma aquaparque.
Mortos de cansaco a aventura termina com a viagem de regresso a estrada principal. A chuva grossa que se esbateu, trouxe consigo trabalhos forcados. A pickup ficou atolada varias vezes na lama e tivemos todos que colaborar! A lama abracou-nos a todos e o riso soltou-se uma vez mais. E muito
se riram os passageiros do autocarro de 11 horas em que me meti de imediato. Pois nao ee todos os dias que se ve um camone coberto de lama!

5 comentários:

Nome de bicho disse...

Voa velhinho... voa muito!!

Anónimo disse...

Tinha pensado reservar-te uma semana nas termas, para descansares de tanta actividade. Afinal vou reservar no Magalhães Lemos ou na Casa S. João de Deus em Barcelos. Bjs Mã

nocas disse...

tás como queres!

Anónimo disse...

Eu também quero!
Da próxima vez leva-me contigo, porque és maluco e eu preciso de tomar conta de ti.
Além disso parece !!!DIVERTIDO!!!!! Beijinhos Inès

Richardesign disse...

Dass, que filmagem radical... Autêntico surviver :)