quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Jovem procura cavalheiro

No meio das comemorações (ou lamentações) dos já 6 anos a viver em Lisboa, recebi o seguinte SMS : "só tenho um cachecol de quando o porto ganhou a taça uefa contra o betis de sevilha". O que esta mensagem tem de verdadeiramente especial, foi o facto de ter sido enviada por alguém que vive em Lisboa. A minha vida na capital do império, tem sido pautada pelo encontro com pessoas fascinantes. Assim que a minha lancha poveira atracou no cais, tinha à espera, grande parte da família, vizinhos e amigos do tempo universitário. Fiz rapidamente amizade com colegas do trabalho e com outras pessoas que fui conhecendo. Todas estas pessoas partilham de uma coisa: não percebem nada de futebol. Vocabulário como "toque de letra", "roleta marselhesa" ou "trivela" não existem no léxico das minhas amizades alfacinhas. Já para não falar de expressões mais triviais como "obriga a jogar mal", "brinca na areia" ou "chuveirinho".

Ontem fui à casa do meu amigo Bruno e tive esta conversa.
Sr. Nogueira - "Sabes João, o José Mota foi despedido do Leixões"
João - "É mais uma chicotada psicológica"
Sr. Nogueira - "Entrou o Castro Santos. O espanhol."
João - "Esse não treinou o Braga?"
Sr. Nogueira - "Exacto"
João - "Era o antes do Jesualdo?"
Sr. Nogueira - "Sim, mas não sei exactamente quando."
Bruno - "Tu de quando a quando estiveste na Universidade"
João - "1998 a 2002"
Bruno - "Foi nessa altura porque o restaurante debaixo da tua casa tinha lá os posters do Braga"
João: - "Não era Fernando Castro Santos?"
Bruno - "É esse mesmo"

Não houve uma única vez ao longo destes anos todos que tivesse o prazer de assistir a uma partida de futebol acompanhado pelas pessoas que fazem a minha vida em Lisboa. Mesmo os jogos que vi na companhia dos meus irmãos não contam, por que se nos jogos importantes da selecção estão a vibrar, já nos outros jogos, estão com um olho na televisão e outro no cigano (velocidade do vento, comida que vem da cozinha, revista de jogos da playstation...). Tenho por isso que arranjar em Lisboa uma companhia para ver os jogos. E no caso do futebol terei de limitar a escolha ao sexo masculino. Conheço raparigas que sabem imenso futebol, mas não conheço nenhuma que tenha feito as colecções das cadernetas. Por isso é quase impossível encontrar uma rapariga que saiba quem é o Pierre Littbarsky, o Burruchaga ou o Makanaky. Decidi por isso por um anúncio num jornal na parte dos classificados: "Jovem procura cavalheiro para visionar jogos de futebol em conjunto. Máxima descrição".
Se isto não funcionar posso sempre fazer a técnica do Jamaica... (piada privada que não interessa a todos os leitores, ficando a promessa de utilizar mais piadas privadas para que todos se sintam especiais)

4 comentários:

"Elizabeth Swann" disse...

Vários comentários se impõem depois de ler o teu último post:
1)Podias ter corrigido a parte do Bétis!
2)Não conheço de facto nenhum dos nomes mencionados;
3)Acho que a abordagem do Jamaica talvez nao seja a adequada para arranjares camaradas pro futebol;
4)Se não fosses esquisitinho e não quisesses alguém do sexo masculino, talvez já tivesses encontrado companhia...:p

nocas disse...

ui ui ui...que futebol se joga aqui!

z disse...

João, o melhor companheiro que podes arranjar é o Sr. Ribeiro...mas tu não queres nada com ele! ;)

Nome de bicho disse...

Hey oh jovem, se vais aí a andar a passar telemóveis a gajos no Jamaica, se calhar adiava a minha ida a Lisboa por tempo indeterminado... mau...