Não creio ser necessário uma grande exposição a respeito da
expressão "o meu é maior do que o teu". Este blog tem certos limites
que não ultrapassa e, por isso, mais vale deixar certos assuntos dentro do
balneário. Por oposição, a comunicação social, põe a nu estes dias, dois
despudorados donativos.
O primeiro por iniciativa do nosso governo (25.000 € para a
reconstrução da faixa de Gaza) e o segundo por decisão da Câmara de Lisboa
(40.000 € para a Fundação Mário Soares). Admito que o pouco que sei sobre estes
donativos, advém do conteúdo noticioso, mas isso não invalida que eu me sinta
respectivamente envergonhado e chocado.
Os problemas económicos de Portugal são evidentes, mas a nossa ajuda
para a urgência humanitária que se vive em Gaza, é, como denominada pelo
governo, “simbólica”? Se aquilo que podemos oferecer é um gesto simbólico, porque
não optar pelo cacilheiro transformado pela Joana Vasconcelos? Sempre lá
estariam uns azulejos dignos de apreciação e poder-se-ía ao mesmo tempo
transportar algumas pessoas.
Em momento algum irei colocar em causa a importância da cultura no
desenvolvimento de um povo, mas facto é, que li atentamente a apresentação e os
estatutos da Fundação Mário Soares, e fiquei subitamente com dores nos rins. 40.000
€? Então que é feito das célebres dívidas dos municípios?
Como referi anteriormente, eu não consigo ter uma visão com
critério e devidamente documentada. A única coisa que posso concluir, é que se estivéssemos num balneário, certamente que ouviríamos o presidente da câmara a
dizer ao chefe do governo: - O meu é
maior do que o teu. (leia-se orçamento)
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