segunda-feira, 17 de maio de 2010

A cultura do in

Há algo que não me sai da cabeça desde que acordei. Não, não estou a falar do cabelo. Ainda o despertador não tinha dado sinais de vida, e já eu estava com a mente ocupada. Já são 5 da tarde e continuo a pensar na mesma coisa. Quero deixar de pensar nisto neste preciso momento em que estou a escrever este texto. Ao longo do dia tenho tentado diferentes abordagens para afastar-me deste pensamento. Concentrar-me numa tarefa, descascar uma tangerina, falar continuamente...nada funcionou até agora. Só me falta realmente tentar uma coisa. Olhar para este pensamento de uma forma o mais negativa possível. Ver as suas inconsistências, inverosimilhanças, imperfeições. A cultura do "in" (ou do "im" caso as letras p e b estejam presentes). O Homem é realmente muito bom no que toca a colocar defeitos. Será que quando um leão come bifes de gazela se queixa de a carne estar mal passada? Porque buscamos continuamente as falhas? Será esse o caminho a seguir para podermos amenizar a pressão arterial da alma? Eu estou mesmo convencido que não, mas de qualquer forma vou experimentar e é já: João não penses mais nisso. Não estás a ver que...Já para não falar de...E não te esqueças que...E ainda pra mais...
Ufa!! Já me sinto imensamente melhor! Que alívio. Espera. Parece que ouvi qualquer coisa! Será possível? É mesmo. O pensamento está de volta. Merda pra isto! Não há nada a fazer. É realmente inevitável. Mas inevitável também começa por "in"!! Deve ser uma cultura paralela...

2 comentários:

Nome de bicho disse...

Faltam-te aí ainda algumas técnicas de esquecimento de pensamentos, que são tão inúteis como as que mencionaste...

De facto, não sei porque continuamos a tentar. Deve ser promessa...

Olibeirinha disse...

deves estar careca de saber mas ir jogar à bola, fazer um bolo ou comer umas tapas ajuda a tirar esses "ines" da pinha!


...porque somos de carne e osso (alguns, mais qualquer coisa)e não conseguimos deixar de ser escuteiros o resto da vida!