quarta-feira, 26 de agosto de 2009

As criancas sorriem sempre

Todas as capitais sao iguais. Barulhentas, caoticas. Sem principio, nem fim. Repletas de contradicoes. Phnom Penh assim o ee tambem. Nao sei bem o que pensar desta cidade. Sei apenas que amanha ja nao estarei aqui. Demasiado ruido. Muita informacao em simultaneo.
O regime Khmer Vermelho dizimou 3 milhoes de vidas em menos de 4 anos. Valas comuns, prisoes e instrumentos de tortura. O que me fica nestes dois dias sao mais uma vez as criancas. No agora museu, Killing Fields of Choeung Ek, encontrei uma arvore. Nao uma arvore aonde podemos encontrar uma reconfortante descanso. Esta arvore ficou conhecida como Killing Tree. O seu tronco era utilizado para matar criancas. Vidas arrancadas da mesma forma como se tira o po a uma almofada.
No Tuol Sleng Genocide Museum fui descobrir uma escola transformada em prisao de tortura. Salas de aula na qual jazem manchas sombrias de sangue derramado. No chao, no tecto, nas paredes. Perdi a conta aos milhares de fotografias individuais em formato A5. Prendeu-me particularmente aa atencao os placares com fotografias de criancas. Nenhuma sorria. E as criancas sorriem sempre.
Ficou cinzento e comecou a chover. Naquele Novembro em que caminhei por Auschwitz o dia tambem se alterou. Ficou cinzento e comecou a chover.

2 comentários:

nocas disse...

Johnny boy,
Todos os dias, em vários pontos do globo, o céu fica cinzento. Talvez a chuva que então cai seja apenas um choro silencioso, reflexo da mágoa de um mundo que quase sempre finge não ver. Está sol lá fora. Ainda assim, ao ler as tuas palavras também o meu céu escureceu.

PO disse...

JONNY!
...o pessoal tinha ficado a rir com o post anterior!

mete lá mais fotos tuas

Saaburdaaçdoes